A partir da instauração do regime republicano no Brasil- ocorrida em 1889- a escola passou a ser vista como instrumento preparador das gerações futuras e a obrigatoriedade da alfabetização tornou-se necessária para o desenvolvimento do país. Contudo, o crescimento da escolarização não refletiu na ampliação do número de brasileiros letrados, mas sim em um quadro hodierno de analfabetismo funcional cujo cerne é composto pela educação insuficiente e pela influência da internet. Em primeiro plano, é válido salientar que a desvalorização do ensino brasileiro está entre as raízes do problema. Embora a educação tenha se tornado um direito de todos por meio da Constituição de 1891, a qualidade desse ensino ficou restrita àqueles que pudessem pagar por ela. Assim, com o passar dos anos, o índice de alfabetizados cresceu em quantidade e não em qualificação. Como consequência, a proficiência dos brasileiros em qualquer área de conhecimento é baixa, como evidenciado através da queda do Brasil, em 2016, no PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos-, fato que demonstra a deficiência dos jovens brasileiros em leitura e matemática- dois dos quesitos avaliados. Assim, torna-se imprescindível intervir nesse quadro precário. Outrossim, destaca-se a gênese da internet como agravante dessa problemática. Isso ocorre porque essa proporcionou acessibilidade sem haver, contudo, conhecimento profundo dos assuntos . Assim, informações sintetizadas são encontradas disponíveis on-line, em arquivos de mídia ou podcasts, por exemplo. Como consequência, a leitura dos brasileiros foi tão impactada a ponto de poucos serem os privilegiados de manterem essa prática inerente ao homem. Além disso, tamanha disponibilidade de recursos reduz o raciocínio dos indivíduos e a especialização desses, o que leva à desvalorização do saber. Torna-se evidente, portanto, que a baixa intelectualidade do brasileiro alfabetizado provém de uma deficiência no ensino concomitante com o avanço tecnológico. Em razão disso, medidas são necessárias para reduzir esse quadro caótico, devendo o Ministério da Educação encarregar as escolas de inserirem na grade curricular a leitura obrigatória, que deverá atuar paralela às demais disciplinas. Assim, os alunos lerão todos os tipos de texto, dos mais variados assuntos, a fim de que todas as esferas de conhecimento sejam abordadas e não haja limitação no aprendizado. Dessa forma, o ensino se concretizará ,efetivamente, como base do desenvolvimento do país.