No Brasil, mesmo com a diminuição do número de analfabetos, o percentual de analfabetos funcionais tem tomados proporções preocupantes em todos os níveis e classes sociais. Algumas mudanças precisam ser feitas no sistema de ensino brasileiro para que este número seja minimizado. Entre tais mudanças destacam-se, uma reforma concreta no atual sistema de ensino, melhor valorização do profissional de educação e maior participação dos pais ou responsáveis na educação. Percebe-se que a maioria das escolas brasileiras ainda se utiliza de didáticas ultrapassadas. Com métodos de ensino baseados quase que exclusivamente na decoreba e na repetição dos conteúdos transmitidos em sala de aula. Nesta metodologia, a assimilação dos conteúdos não é prioridade, os alunos são treinados para fazer uma prova, fazer um exercício proposto pelo professor, quase sempre objetivando apenas passar de ano. Nesta didática, poucos são os que aprendem efetivamente, a grande maioria só aplicar o que conseguem absorver na sala de aula dentro desta. Com isso, o aluno não é estimulado a pensar criticamente, a analisar um fato, a dar sua opinião, a levar seus conhecimentos para fora do ambiente escolar, tornando se assim um ser humano que tem dificuldade em se colocar perante uma sociedade cada vez mais crítica e competitiva. A utilização deste método de repetição está ligada a diversos fatores, entre eles destaca-se, a desvalorização dos professores no país. Estes para conseguir um salário decente precisam trabalhar em diversos turnos. Com isso, não possuem tempo para preparar uma boa aula, para se aperfeiçoar, ou para trocar conhecimento com outros colegas. Logo, transmitem os conteúdos escolares tendo em vista, quase sempre, ao cumprimento do cronograma proposto, deixando, muitas vezes, o aprendizado em segundo plano. Uma das soluções para esta problemática seria uma reforma no atual sistema de ensino brasileiro. Reforma que colocasse o aprendizado em primeiro lugar, que incentivasse os alunos a ler e interpretar aquilo que leram, além disso, que atendesse a diversidade de cada um, que valorizasse as habilidades e potencialidades individuais. Para isso se concretizar, os professores precisariam ser melhores valorizados, pois só assim não precisarão trabalhar em diversos turnos e conseguirão ter tempo e incentivo para estudar e desenvolver melhor suas aulas. Propiciando assim, aulas interessantes aos alunos e que auxiliasse na assimilação do conhecimento e sua utilização fora do ambiente escolar. Além disso, a sociedade de maneira geral tem um importante papel quando se trata da erradicação ou minimização do analfabetismo funcional, tendo em vista que a transmissão do conhecimento, o desenvolvimento da capacidade de elaborar opiniões critica sobre diversos assuntos faz parte do cotidiano do individuo e não está ligado apenas ao momento que estão em sala de aula. Dessa forma, percebe-se que, além de uma reforma educacional e de valorização do profissional de educação, a conscientização de todos é fundamental, tendo em vista que o número de analfabetos funcionais só minimizará ou erradicará se o desenvolvimento crítico e intelectual do cidadão for trabalhado em todos os lugares frequentados pelos jovens e não apenas dentro do ambiente escolar.