O analfabetismo funcional é o reflexo da crise do sistema educacional.Certamente,estratégias para a redução do número de analfabetos funcionais deve fazer parte da agenda governamental.Como pressupostos argumentativos,percebe-se que as políticas públicas não são eficientes no fornecimento de uma educação inclusiva,equitativa e de qualidade,bem como reduzidos investimentos na formação e valorização de profissionais docentes e uma sociedade descompromissada com o poder de transformação da educação.Desse modo,a educação de qualidade é um direito constitucional. Do ponto de vista político,percebe-se a ineficiência do modelo de alfabetização.Contudo,criar programas de formação de leitores permitiria aumentar o contingente de indivíduos que teriam acesso a escola técnica,caso contrário,haveria uma permanente evasão nos primeiros anos de formação escolar.Dessa maneira,alfabetizar é uma política afirmativa. Ademais,nos moldes de uma economia macrorreguladora,fica caracterizada a baixa atratividade e prestígio social da carreira de professor,com salários baixos e contratos fragmentados,levando eventualmente a desprofissionalização e a intensificação do analfabetismo funcional.Nesse cenário,investir em programas de aumento salarial e regularização dos trabalhos extraclasse,favoreceria a formação continuada em serviço e de trabalho colaborativo entre docentes,de outro modo,haveria uma permanente evasão de professores graduados da carreira educacional.Por isso,a valorização docente é um modelo de educação transformador. Sob o viés sociocultural,cristaliza-se o descompromisso da sociedade com o processo de formação qualificadora.Nessa perspectiva,conscientizar o homem sobre os benefícios da aquisição de habilidades técnicas promoveria os mecanismos de inclusão social,por outro lado,a manutenção do atual cenário agravaria os índices de analfabetismo e desemprego.Segundo o Instituto Paulo Montenegro, apenas 26% da população demonstra proficiência na leitura. A desfuncionalidade da alfabetização é um instrumento de vulnerabilidade social.De acordo com Kant,o indivíduo é o que a educação faz dele.Não restam dúvidas de que a educação no Brasil hoje,em vez de ser uma maneira de oferecer igualdade e oportunidade para todos,contribui para a inequidade. Como encaminhamentos propositivos,exige-se que sejam criados programas eficazes de letramento de jovens adultos mediante parcerias público-privadas,assim como aplicação de recursos na valorização da remuneração de professores por meio do orçamento público e a conscientização dos grupos humanos sobre a importância da educação no processo de qualificação profissional como um mecanismo de transformação social via mídia.Afinal,alfabetização funcional oportuniza a janela demográfica.