Título da redação:

A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 30/08/2017

No livro Vidas Secas de Graciliano Ramos, a personagem Fabiano é um analfabeto funcional. Este, apesar de compreender que está sendo enganado por seu patrão, não tem conhecimento de como provar tal falcatrua. Fora da literatura, o analfabetismo funcional é uma realidade no Brasil. Logo, se torna necessária uma análise do contexto atual para saber suas consequências e causas. Atualmente, em nosso país existem, segundo o IBGE, aproximadamente 24 milhões de analfabetos. Tal número se torna ainda maior se incluirmos os analfabetos funcionais tão presentes em nosso território. Essas desvantagens educacionais costumam atingir as camadas mais baixas da sociedade. Os cidadãos que não obtiveram uma boa base escolar possuem uma enorme dificuldade em tarefas simples do cotidiano. Compreender e interpretar textos são, por exemplo, um desafio. O fato do Estado não dar a devida atenção à estas parcelas populacionais, contribui diretamente para uma estagnação das estruturas. A ascensão social se torna mínima para os cidadãos sem a alfabetização completa. A educação ainda é a forma mais fácil de transformação social. Sem ela, o burguês continua indo para o ensino superior e o pobre continua no roçado, sem sequer o ensino fundamental. A principal causa dessa falta de compreensão de assuntos cotidianos é a chamada “progressão continuada” muito presente nas escolas públicas brasileiras. Grande parte destas instituições de ensino costumam aprovar os alunos de séries/anos sem a preocupação se os jovens aprenderam ou não os conteúdos da matriz curricular vigente. Apenas a frequência nas aulas basta. A contínua realização de tais ações nos anos escolares de X aluno, leva-o a não compreender assuntos básicos no final do ciclo escolar, como por exemplo, inversões térmicas ou contas com frações. A partir do momento que tal contexto une-se à falta de interesse literário do brasileiro, o cenário piora. A população não desenvolve suas habilidades linguísticas e consequentemente não sai do lugar. Como já disse Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda. ” Cabe ao Governo Federal investir na construção de escolas afastadas dos centros urbanos, além da ampliação de programas sociais como o EJA (Educação pra Jovens e Adultos) a fim de que se incentive a melhoria e voltas aos estudos. A Câmara Legislativa deve aprovar projetos de leis que há anos transmitam no órgão, como o fim da progressão continuada. Através da fiscalização, o Ministério Público deve investigar o comprimento da lei e punir possíveis infratores.