O voto de cabresto, prática comum no século XX, fazia com que os eleitores, majoritariamente analfabetos, fossem coagidos pelos coronéis para vender seus votos, apenas assinando seus nomes, porém sem compreender o sentido do que escreviam. Dessa maneira, em pleno século XXI, há um cenário semelhante, onde alunos que não entendem o que deveriam aprender são aprovados pelas escolas, que visam apenas a quantidade ao invés da qualidade. Sob essa conjectura, o ensino brasileiro apresenta graves falhas que comprometem a formação educacional dos estudantes. Logo, é comum que as escolas não visem corrigir os erros dos alunos nos testes realizados, por mais cruciais que sejam, como a interpretação errônea de textos, que compõe a base educacional. Por consequência, há o aumento do analfabetismo funcional no país, mesmo numa época em que o conhecimento e as informações sejam mais acessíveis. Sob essa perspectiva, o educador Paulo Freire afirma que o ensino não deve se basear numa simples transmissão de conhecimento, mas na construção dele. Além disso, o pouco incentivo à prática da leitura é outro fator que aumenta o analfabetismo funcional. Tanto a escola quanto a família não estimulam o interesse dos jovens pelos livros, já que esses também não o possuem. Historicamente, os brasileiros não têm o hábito da leitura, pois nos dois primeiros séculos de sua formação não havia grande acervo no território. Dessa maneira, a falta do hábito perdura até os dias atuais, como afirma a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, que mostra que a metade da população deixa o hábito de lado. Em síntese, o analfabetismo funcional tem raízes na educação e precisa ser evitado. Para isso, é necessário que o Ministério da Educação (MEC) promova o hábito de leitura, criando o "Espaço da Leitura", no qual os alunos do ensino fundamental e médio dediquem o tempo para ler os mais variados livros e façam interpretações. Além disso, o Ministério da Cultura, junto com o MEC, devem criar uma "Feira da Cultura", que forneça debates sobre diversas obras, tanto entre alunos quanto entre professores, a fim de construir uma mentalidade crítica dos estudantes.