O vazamento de fotos íntimas da atriz Carolina Dieckman, em 2012, serviu como alerta para a sociedade brasileira das dificuldades de manter em segurança dados digitais. Como elementos contrutores dessa problemática, há a ausência de uma política educacional para o uso seguro da internet, cem como as dificuldades de investigar e reprimir crimes cibernéticos. Inicialmente, cabe ressaltar que a maior parte da população brasileira não se encontra apta a utilizar a internet de forma segura. Demonstra essa realidade estudo divulgado pela UFRJ, onde foi constatado que 44% dos usuários de smartphones armazenam em seus aparelhos conteúdos sigilosos, como fotos íntimas. Dessa maneira, esse grupo social encontra-se vulnerável a ataques de criminosos cibernéticos, pois, o recorrente número de casos de vazamento de dados pessoais noticiados na mídia indicam que os aparelhos de comunicação ainda não são capazes de proteger os dados dos usuários. Ademais, o crescente número de usuários de internet somados à ausência de uma repressão eficiente aos crimes cibernéticos têm atraído à rede um número cada vez maior de criminosos. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman,são cada vez mais frequentes as "relações sociais líquidas", como as amizades feitas em redes sociais, o que atrai à internet um cotingente maior de usuários. Além disso, a dificuldade de reprimir crimes cibernéticos, uma vez que são cometidos, na maior parte dos casos, de forma anônima, tornou o mundo virtual um novo alvo de criminosos, que agem certos da impunidade. Dessarte, para a solução dessa problemática, medidas necessitam ser tomadas. Ao Ministério da Educação, cabe à promoção de oficinas e debates na rede de ensino, com o intuito de alertar para a necessidade de uma maior salvaguarda de dados digitais pessoais. Ao Poder Judiciário, por sua vez, cabe a construção de delegacias repressoras de crimes cibernéticos, bem como a criação de varas específicas para o julgamento de crimes digitais, de modo a facilitar o combate e julgamento dessa modalidade de crime. De tal forma, vazamentos de dados, como os de Carolina Dieckman, serão menos recorrentes.