A maioria dos países desenvolvidos oferece educação gratuita de qualidade à população, pois sabe que o progresso de um país está atrelado ao nível educacional de seu povo. Veja a Coréia do Sul, país que atualmente detém a vanguarda dos Tigres Asiáticos, fruto da reforma educacional implementada nos anos 70. O Brasil, entretanto, caminha na contramão do desenvolvimento ao não privilegiar a educação como política de Estado, pretendendo melhorar a educação mediante a adoção de uma reforma curricular no Ensino Médio. Por sua vez, o problema da educação brasileira não é o currículo, mas sim a qualidade. A despeito de ser um direito constitucionalmente garantido, inclusive com investimentos mínimos obrigatórios estatuídos, a educação brasileira vai de mal a pior, notadamente em razão dos famigerados Conselhos de Classe, responsáveis pela aprovação automática dos alunos. Por outro lado, o currículo brasileiro de ensino médio ministra uma vastidão de conteúdo, com a finalidade de propiciar formação ampla e sólida aos alunos. Como o aluno de ensino médio ainda não tem maturidade para decidir o que irá estudar, a flexibilização do conteúdo proposta pela reforma não é uma boa ideia, pois nessa etapa acadêmica o aluno ainda sequer definiu o curso de graduação. A reforma, no entanto, apresenta aspectos positivos que devem ser adotados, como a ampliação da carga horária, o que propicia maior integração da comunidade à escola e a possibilidade de maior desenvolvimento pedagógico-cognitivo do adolescente. Face ao exposto, a reforma do ensino médio deve ser levada a cabo somente nos seus aspectos positivos, descartando a flexibilização. Como solução para a melhora no ensino médio, faz-se necessário que os Tribunais de Contas e Ministérios Públicos verifiquem a aplicação dos recursos obrigatórios em educação e punam os governantes que não apliquem o constitucionalmente previsto. Ademais, a melhoria deve contemplar também o aspecto humano, com valorização do profissional de ensino, mediante aumento de salários, possibilidade de progressão funcional e incentivos à capacitação.