A Reforma no Ensino Médio foi recebida com críticas acerca das modificações realizadas. A principal delas possibilita que algumas disciplinas possam ser deixadas de lado pelas instituições, demonstrando a falta de interesse por parte dos líderes do país em formar alunos com algo que transcenda a esfera do conhecimento técnico. Tais alterações vão na contra mão do que é solicitado pelo mundo atual: capacidade de contextualização e interpretação dos fatos que ocorrem ao nosso redor, exatamente o que o jovem afetado por essas mudanças poderá perder e enfrentar dificuldades, por exemplo, no ingresso ao ensino superior na medida em que a principal forma - via ENEM - exige do candidato saber realizar conexões entre todas as disciplinas, com questões que vão além de uma análise limitada. Além disso, ampliará a desigualdade educacional entre as classes sociais, tendo em vista que aqueles cujo poder aquisitivo permitir arcar com uma edução privada certamente serão contemplados com o que há de mais completo no ensino, enquanto todos os outros estarão sujeitos a uma defasagem nesse aspecto. Diante do exposto é possível observar uma curiosa semelhança com a ficção: em um determinado momento da história do bruxo Harry Potter, ele se vê diante de uma interferência do Ministério da Magia que consiste em modificar o conteúdo da grade curricular para assegurá-los de que daquela maneira eles estarão melhor preparados para o "mundo real", semelhante ao que o governo tenta evidenciar com as propagandas na TV retratando o quão flexível e benéfico o novo ensino médio será após as reestruturações. Portanto, cabe aos estudantes que se reúnam e tomem as ruas para chamar a atenção da Administração Pública afim de que a Lei seja revogada. Adiante, é preciso que o MEC abra uma consultoria pública visando saber quais são as reais necessidades desses adolescentes quanto ao ensino e alinhá-los com uma nova Lei que as atenda. Fazendo uso das palavras de Bauman "uma sociedade é imprópria em si quando os direitos dos cidadãos não são plenamente respeitados" logo é imprescindível que o direito a educação seja igual e inerente a todos.