Uma profunda alteração na legislação educacional está causando polêmica em todo o país. Trata-se da Medida Provisória 476, também conhecida como a Reforma do Ensino Médio. Ela delimita as disciplinas obrigatórias que compõem a base da matriz curricular da educação, penas em português e matemática, deixando para que o aluno opte pelas demais, de acordo com sua intenção vocacional, até completar a carga horária compulsória que passará para 1400 horas aulas ante as 800 atuais. A falta de um debate prévio, com toda a comunidade escolar de forma transparente por parte do governo, demonstrando os benefícios das alterações, permitiu muitos questionamentos entre pais, alunos e professores, que não compreendem o porquê da mudança. Sabe-se que no período do ensino médio, os jovens têm muitas dúvidas sobre qual carreira seguir, e decidir entre cursar matérias na área de exatas, ou humanas, ou ciências da natureza, em meio a tantas incertezas, podem retardar ao invés de acelerar a formação profissional desses indivíduos. Sem contar a discrepância na qualidade do ensino oferecido entre escolas públicas e particulares, o que também influenciará no ingresso, permanência e conclusão de um curso universitário. Medidas que causam profundas transformações na vida das pessoas, como é o caso dessa, devem ser antes de sancionadas, amplamente discutidas com a sociedade. Apenas ter como argumentos, os exemplos de êxito de outros países que implantaram tais legislações, pode colocar em colapso todo o sistema educacional brasileiro, e o equívoco ser reconhecido daqui a quinze ou vinte anos, quando os formados, isto é, “mal informados”, estiverem atuando no mercado de trabalho, completamente desmotivados prestando serviços de qualidade precária ou duvidosa.