Com a instauração de um golpe em 1964, a Ditadura Militar provocou inúmeras mudanças no país. Uma delas foi na área do ensino em que se instalou a Educação Moral e Cívica, para a reprodução da ideologia dominante, e retirou matérias reflexivas para evitar o desenvolvimento crítico da população. Atualmente, a reforma no ensino médio promovida pelo governo apresenta-se como um reflexo daquela época que pode agravar os problemas sociais no Brasil. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, em 2015, revelou que, nas primeiras séries, as notas são altas, mas diminuem com o decorrem das próximas. Isso reflete que a educação básica não é eficiente em realmente ensinar aos alunos o básico, como ler e escrever, fazendo com que, ao aumentar a complexidade das matérias com o passar dos anos, eles não conseguem acompanhar. Esse é um motivo que leva à evasão escolar, principalmente no ensino médio. Outro pretexto para isso, seria a monotonia que a escola apresenta, com estilo conservador, que se intensificaria com o fim das atividades físicas que, além de promover o sedentarismo, agrega um maior marasmo à escola. Ao deixar a escolha das disciplinas opcionais para o aluno, ela será feita excluindo aquelas que ele apresenta maior dificuldade. Isso geraria uma desigualdade, maior que aquela apresentada atualmente, na concorrência por uma vaga no ensino superior, pois o estudante da escola particular terá em suas mãos a possibilidade de aprender todas as disciplinas. A disparidade ampliaria na retirada de matérias de extrema importância para a formação de um pensamento crítico. Filosofia e sociologia promovem um aprendizado em relação ao raciocínio humano e suas relações com o próximo. Sem esse tipo de reflexão, torna-se mais fácil a implantação de uma ideologia construída pela cultura dominante, alienando a população. Isso ainda pode ser visto em casos de apoio ao retorno da ditadura visando um “ aprimoramento do sistema”. Portanto, a reforma do ensino médio é imprescindível para evitar a evasão escolar e promover um aprendizado de qualidade. Porém, ela deve ser feita pelo Ministério da Educação aliado a um grupo de representantes dos estudantes, dos professores, e dos pesquisadores do assunto, realizando um debate com discussões presenciais e até mesmo fóruns na internet para ouvir a população. Essa deve se manifestar, nas ruas e nas redes sociais, ao não concordar com as propostas para que o governo saiba da rejeição popular. Somente assim a reforma será feita visando a mudança para melhorar a sociedade e capacitá-la para uma vida crítica, moral e cívica sem golpe.