A educação é, sem dúvida alguma, o direito mais valioso e necessário que cada indivíduo possui. É por meio dela que ele constrói a si mesmo e suas relações com o mundo. A educação pública brasileira, no entanto, é uma das piores do mundo e, recentemente, foi aprovada uma proposta de reforma do ensino médio. O fato é que a reforma apresenta bons pontos, que não são, apesar disso, adequados para o país. A possibilidade de escolha por parte do estudante em relação aos conteúdos estudados é bastante nobre e é utilizada em vários outros países. No Brasil, porém, país desigual e com poucos recursos destinados à educação, essa possibilidade servirá como limitação. Apenas uma minoria das escolas oferecerá todos os itinerários formativos, de modo que grande parte da população perderá o direito à escolha e deverá cursar a provável única opção em sua região. Além disso, a viabilidade de terceirização do ensino causa temor, uma vez que permite que instituições privadas ofereçam cursos profissionalizantes em escolas públicas. Como essa opção custa menos aos cofres públicos e ainda beneficia o empresariado com mão de obra, existe o risco de o país sofrer com o excesso de técnicos e falta de vagas no mercado. O estabelecimento de Português e Matemática como únicas disciplinas obrigatórias desconsidera a importância da formação crítica do cidadão. Desse modo, as gerações futuras não serão capazes de interagir e avaliar o mundo a seu redor. Assim, é possível concluir que a reforma do ensino médio não é adequada para o Brasil no momento em que o país vive e da forma como foi proposta. Desse modo, se torna necessária a reformulação da proposta de reforma por parte do governo federal, de modo a também considerar a opinião da população, que deve ser obtida por meio de consultas populares.