O governo Temer anunciou durante o último semestre de 2016 a proposta de reformulação do sistema de ensino médio brasileiro que concebe a separação de matérias obrigatórias e facultativas, gerando reações diversas entre alunos, educadores, políticos e público em geral. Atualmente a grade curricular do ensino médio traz obrigatoriamente matérias tanto da área de exatas como de humanas, compondo um conteúdo extenso a ser estudado pelo aluno para ser admitido em uma faculdade, sendo grandemente contestado pelos apoiadores da reformulação proposta já que alunos frequentemente reclamam da monotonia e desinteresse que específicas matérias geram, o que pode ter grande influencia sobre os índices de abandono dos estudos por não se verem acomodados a disponibilizar seus esforços em assuntos que não lhes seriam úteis no mercado de trabalho. Por outro lado temos que a possível reformulação poderá distanciar alunos e futuros profissionais brasileiros da realidade social do país, já que matérias como sociologia e filosofia seriam excluídas da formação de futuros engenheiros e outros profissionais de exatas que estariam então mais propensos a serem influenciados por uma cultura excludente pois teoricamente não teriam base educacional de compreensão da formação histórico-social vivida pelo Brasil e pelo mundo que é oferecida pelas matérias de ciências humanas. Mas é certo o seguinte: o atual ensino médio não acompanha os novos desafios que jovens enfrentam ao sair da escola, principalmente no mercado de trabalho. Mudanças devem sim serem tomadas para flexibilizar o aprendizado de acordo com as necessidades do alunos e suas pretensões para o futuro. Mas entre contrários e favoráveis, evidencia-se pontos que sem dúvidas devem ser discutidos exaustivamente por educadores, alunos, políticos e especialistas para se chegar a um consenso sobre o futuro da educação do Brasil.