Título da redação:

A reforma outorgada

Tema de redação: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 07/06/2017

Em 1824 após a dissolução da constituinte da mandioca, D. Pedro I outorgou sem amplo apoio social uma constituição que ele intitulava “digna de um imperador”.De maneira similar, sem um consenso populacional, o presidente Michel Temer em 2017 efetuou a reforma do ensino médio.Desta forma, seja pelo anseio de marcar a entrada de um novo governo, seja pela maneira precipitada que foi feita , hoje, a reforma do ensino médio, marca uma nova era na vida dos estudantes brasileiros. Após 13 anos de sucessivas derrotas eleitorais, os conservadores retornam ao poder, mudanças na esfera legislativa e propagandas pró-governo foram as atitudes que refletiam os primeiros meses do mandato do presidente Temer.A grave crise administrativa, unida ao problema econômico, fizeram o Brasil entrar num panorama tanto político quanto social extremamente conturbado, pressionando a administração que sucedesse o governo da presidente Rousseff a adotar medidas que obtivessem resultados a curto prazo.Sendo assim, vemos um governo afoito em querer mostrar eficiência, tomando medidas precipitadas de elementos que mudam por completo o curso da história da república, apenas com intuito de mostrar uma gestão mais eficiente que as administrações antecessores. A reforma do ensino médio foi feita dentro de um quadro político instável, inúmeras questões deveriam ser prioridades para reestruturar a economia do país, entretanto, o poder executivo deu prioridade a outros elementos.Em poucos meses, foi apresentado um plano para reformar o ensino médio, questionável e severamente criticado, principalmente por propor um turno integral num país onde maior parte das escolas públicas possuem estruturas danificadas e 44% dos estudantes de 15 a 16 anos trabalham no turno oposto ao das aulas.Portanto, o Brasil passa por uma mudança abrupta, que não engloba a atual realidade do estudante brasileiro, muito menos comporta em sua estrutura uma mudança tão repentina, revelando uma impulsividade por parte do governo. Destarte, torna-se evidente a alteração precipitada do ensino médio, instigado pelo desejo da administração atual em mostrar-se eficaz.Em síntese, é necessário que o poder executivo invalide a reforma, criando uma comissão especial onde possa elaborar medidas que sejam compatíveis com a real estrutura social dos estudantes, tal como, ordenar que os governos de todos os estados façam os devidos reparos nas estruturas físicas das escolas para comportar uma futura reforma do ensino médio.