Título da redação:

A defeituosa reforma do ensino médio

Tema de redação: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 04/04/2017

Relativo à questão da reforma do ensino médio no Brasil, pode-se dizer que é um projeto repleto de defeitos, visto que não só desestimula o instinto crítico do aluno, mas também legaliza a desigualdade da educação. É indiscutível que a reforma em pauta peca ao retirar as disciplinas filosofia e sociologia como obrigatórias na grade curricular do ensino médio, já que, por serem disciplinas estimuladoras do senso crítico, a opção de não cursá-las seria um fator contribuinte para a formação de uma sociedade de fácil manipulação. Ao analisar a frase de Immanuel Kant que diz que o homem é aquilo que a educação faz dele, pode-se afirmar também que essa construção de analfabetos funcionais seria benéfica aos governantes de mau-caráter, os quais teriam maior facilidade para controlar a população e se inocentar durante as frequentes crises do país. Convém lembrar ainda que a desigualdade de ensino seria mais um dos inúmeros reflexos negativos dessa mudança, pois, como se não bastasse a negligência governamental em formar cidadãos pensantes, há uma heterogeneidade na disposição de disciplinas necessárias ao indivíduo. Além dessa flexibilidade negativa na grade escolar, o ensino será desigual e de acordo com a área escolhida, assim, um aluno, que raramente estará pronto e preparado para realizar com razão a escolha de sua área, ao fazê-la, receberá menos conteúdo e cobrança em disciplinas de outras áreas indispensáveis ao estudante. A reforma do ensino médio no Brasil é, portanto, um projeto saturado de defeitos, principalmente ao tornar opcionais os cursos estimuladores do senso crítico e apresentar desigualdade no ensino de conteúdos essenciais. Baseado na terceira lei de Newton em que toda ação reflete uma reação, a população deve reagir com manifestações e paralisações de nível nacional no setor de educação que evidenciem a decepção da sociedade com essa nova reforma. Somado a isso, o exercício da cidadania deve ser feito por todo o contingente brasileiro não só na escolha de representantes especializados nessa área, mas também na opinião e avaliação, por meio das redes sociais, de todas as mudanças realizadas pelos três poderes governantes do país.