De acordo com Hobbes, na teoria do contrato social, o Estado deve cumprir com suas atribuições, e em troca o povo manterá a ordem e a paz. Contudo, o governo brasileiro não dá a devida atenção para certas classes sociais, como os moradores da periferia. Desse modo, surge naturalmente no jovem brasileiro a vontade de manifestar suas indignações, e a pichação é a maneira encontrada por muitos para fazer isso. No entanto, devem haver restrições para essa prática. Primeiramente, é necessário entender que, mesmo não sendo colorido e alegre como o grafite, a pichação é uma manifestação cultural, uma vez que cria uma identidade para aqueles que a praticam. Jovens que são marginalizados pela sociedade encontram na arte um modo de serem vistos e ouvidos, e essa liberdade de expressão deve ser incentivada, já que que vivemos em uma democracia. Em contrapartida, a Constituição de 1988 garante ao cidadão brasileiro o direito à propriedade privada. Sendo assim, ao pichar um prédio ou uma casa sem o consenso do proprietário, está sendo configurado um crime, que deve ser repreendido pela lei. Não obstante, existe uma carência de locais públicos em que é autorizada essa manifestação artística, e, consequentemente, isso leva à pichação em lugares não permitidos. Além disso, muitas vezes ela é utilizada para marcar áreas de influência de facções criminosas, e isso não pode ser permitido. É evidente, portanto, que medidas são necessárias para atenuar o impasse. Em um primeiro plano, é preciso que o Poder Público flexibilize as leis para permitir essas manifestações artísticas em mais locais públicos, desde que não estejam atreladas ao crime. Também é necessário que as esferas Federal, Estadual e Municipal do governo atendam às reivindicações da população demonstradas no grafite, com mais políticas sociais que melhorem a qualidade de vida do povo. Desse modo, teremos uma sociedade mais fraterna, justa e tolerante