Desde a pré- história, o homem tem a necessidade de se expressar. Nesse sentido, surgiu a Arte Rupestre como um viés primitivo de retratação da realidade. Com o passar dos anos, o movimento artístico esteve em constante mudança e atuando não apenas sob o cunho estético, mas também como um ativismo social que é representado pelas pinturas de rua - grafite e pichação. Entretanto, apesar de ser um canal de expressão, pichar é crime, pois danifica o patrimônio alheio. O iluminista Voltaire defendia ferrenhamente a liberdade de expressão, contudo, é necessário ter em mente que viver em sociedade requer compreensão, respeito e restrições. Sendo assim, pichar é, indubitavelmente, uma maneira de expressar convicções e protestar contra as disparidades sócio-econômicas. No entanto, invadir e danificar o patrimônio alheio sem a devida autorização é prática criminosa e desqualifica o valor artístico e simbólico dessa vertente. Diante disso, é indispensável saber diferenciar a arte do vandalismo. Sob outra esfera, há o grafite, o qual é reconhecido mundialmente por ser uma arte urbana que proporciona diferentes cores e interpretações aos prédios e muros das grandes metrópoles. Assim, os desenhos elaborados transformam-se em protesto social e denuncia as mazelas do cotidiano. Nessa ótica, deve ser defendido como arte de rua aquela que possui como objetivo valorizar o patrimônio urbano e não causar conflitos sociais e denegrir o aspecto visual, pois tal como afirma o célebre filósofo Aristóteles citava '' A arte é a representação do belo''. Portanto, torna-se explícito que pichar é crime e deve ser combatido ao passo que é necessário diferenciar essa vertente vândala do real sentido da arte urbana, a qual é retratada pelo grafite. Mediante essa perspectiva, é dever dos órgãos públicos fiscalizar e punir os vândalos e incentivar economicamente, por meio de oficinas de arte, a difusão do grafite como um viés de estimular a aderência à essa prática artística e fomentar o ativismo social. Assim, o ambiente urbano cinza será inundado por uma onda de cores recheadas de cultura a cada esquina.