Junto do street dance e rap, a pichação está inserida no movimento artístico hip hop. Para entendê-lo e questioná-lo, é necessário analisar o contexto social americano ao qual nasceu esse movimento e compará-lo com o cenário brasileiro, hoje referência mundial na pichação e grafite. A população mais pobre dos Estados Unidos se concentrava em bairros, em que minorias sofriam com o preconceito e descaso público. Os moradores dessas regiões utilizavam a arte de rua como forma de protesto, representação política e resposta ao constante racismo. O hip hop se difundiu pelo mundo e chegou ao Brasil em regiões em que a população mais pobre se concentra. Sobre a mesma perspectiva americana, moradores das periferias das grandes metrópoles sobem em prédios públicos e privados, com intuito de causar questionamentos, a partir de frases e representação, a partir de pseudônimos e nome de grupos, como mostra o documentário “Pixo”. O questionamento, porém, é visto sobre outra ótica pelos proprietários dos prédios pichados. A mensagem de protesto são esquecidos por esses e o valor gasto, ocasionado pela retirada do pixo, torna-se mais relevante em relação às questões sociais envolvidas no ato da pichação. Ao contextualizar o cenário social em que arte de rua está inserida, encontra-se o caminho para seu fim. Ações como diminuição da desigualdade social e o atendimento necessário da população carente pelo poder público, criam um novo ambiente social e possibilidades para esse grupo social, excluindo a necessidade desse meio de protesto.