A arte é uma maneira do ser humano se expressar, provocando diferentes reações nas pessoas. Diante disso, pensadores da nova geração tentam impor um modelo fixo de arte, tal fato desrespeita aos modelos alternativos, como a pichação, que é uma forma mal interpretada, pois a mídia e o Estado a criminalizam, induzindo a população a discriminar e repudiar a ação e os autores. A priori, como diz o antropólogo Antonin Artaud "Ninguém alguma vez escreveu, pintou, esculpiu, modelou ou inventou senão para sair do inferno. Tal frase reflete no dado divulgado pela Folha de São Paulo, que diz que 80% dos pichadores possuem renda baixa, ou seja, o indivíduo enfrenta dificuldades devido sua condição financeira e vê na pichação uma forma de sair de sua dura realidade. Além disso, as frases e desenhos tentam levar uma mensagem ao cidadão e provocar uma reflexão na sociedade, mas não é sempre assim que a sociedade vê. A posteriori, conforme diz Hume, a beleza está no espiríto de quem contempla. Visto isso, conclui-se que a arte é relativa. Para alguns a pichação é o despertar de emoções, das ideias e da reflexão, ela também revê conceitos e provoca mudanças comportamentais. Logo, para esses, a pichação é uma forma de arte urbana, sendo assim, deve ser respeitada. Ademais, os estilos de letras criados pelos pichadores brasileiros são muito cultuados na Europa, como por exemplo na Fundação Cartier, centro de arte ao sul de Paris, que exibiu um documentário sobre as pichações paulistas. Devido a isso, é notório que algumas pichações realizadas sem autorização são dignas de punição, entretanto, devem ser adotadas medidas para solucionar a problemática da não compreensão da pichação como arte urbana. Portanto, cabe ao legislativo propor emendas que não criminalizem o ato. Além disso, deve-se conscientizar as crianças que a pichação é uma forma de arte urbana. Outra medida paliativa é a mídia criar propagandas que incitam o respeito às diferentes formas de crítica social. Com isso, será possível construir uma sociedade mais aberta à aceitação, sendo próspera e igualitária.