Não há consenso no que é considerado arte, no entanto, há categorias da mesma, no qual uma é amplamente aceita na sociedade e a outra não. Muitas das vezes o que diferencia os conceitos de pichação e grafite é a forma com que os mesmos são noticiados, sendo a primeira como ato de vandalismo e o segundo como forma de expressão artística. Em virtude disso, percebe-se o papel participatório na formação de opinião pública exercido pela mídia. O modernismo inclusive, não foi bem aceito em primeiro momento, principalmente pelo caráter informal e à rejeição ao academicismo – características até então fundamentais nas Escolas Literárias. Tendo isso em vista, percebe-se uma tendência à rejeição do novo, como é o caso da arte urbana. Assim sendo, os marginalizados pela sociedade utilizam deste meio como maneira de democratização da liberdade de expressão, pois nos muros eles têm maiores chances de atingir a massa. O objetivo pode não só ser de protesto, mas também como alcance da catarse, assim como explica Simone Beauvoir – “É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente”. A recusa em torno da arte urbana é grande, já que na maior parte das vezes é feita pela classe baixa. A descriminalização deste ato em propriedades públicas - exceto monumentos históricos e culturais, por exemplo-, o incentivo do Ministério da Cultura com o propósito de proporcionar visibilidade de expressão- como disponibilizar exposições de arte dos mesmos-, são formas de diminuir o pré-conceito existente.