É uma constante que as artes acompanham e expressam as ideológicas das civilizações desde de os primórdios até os tempos atuais. Como exemplos, tem-se na pré-história o homem e as pinturas nas cavernas, na idade média tem-se o barroco com grande influência religiosa e nos tempos modernos diversos tipos de artes neossurrealistas, moderna e outras formas mais populares como grafite e pichação. No Brasil, esta última ganhou notoriedade nos anos 80, como forma de protesto contra a ditadura militar e, recentemente, tornou-se bastante popular entre a camada mais jovem da sociedade. O pichar, por definição puramente gramatical, trata-se de pintar ou cobrir de piche muros ou telas. Assim, pode-se disser que não é um crime a arte do piche. Entretanto, a forma como os pichadores vem agindo, pintando muros e patrimônios nacionais sem o consentimento dos devidos donos e/ou do Poder Público, é sim uma atitude punível, inclusive já está prevista no código penal brasileiro, resultando em multa ou prisão para o infrator. Na contramão do movimento dos “pichadores infratores”, tem-se os grafiteiros e o “grafixo”, sendo a união das duas modalidades. A distinção ocorre no fato de esta modalidade ser considerada uma arte e não vandalismo, em virtude de serem realizadas em propriedades próprias ou em locais públicos com as devidas licenças por parte dos entes responsáveis. O crescimento do grafite pode ser considerada uma forma de inclusão social, haja vista o fato de muitos grafiteiros serem ex-pichadores, advindos de camadas menos favorecidas da população, que transforam sua arte em trabalho. Por fim, ante o exposto, entende-se que ambas são uma expressão artística e necessitam ser incentivadas através de palestras, exposições e eventos, financiadas em conjunto pelos poderes públicos e privados, a fim disseminar estas forma de artes e diminuir o preconceito contra pichadores legais.Em relação aos “artistas infratores”, o governo deve realizar uma força tarefa com órgãos fiscalizadores, como a secretaria do meio ambiente, e a polícia para aumentar o cerco e evitar que o vandalismo seja realizado, além disso, podem ser criados aplicativos de denúncia contra a pichação, o que permite que o cidadão comum seja, também, um agente fiscalizador.