Desde as pinturas rupestres no período Neolítico, o ser humano vem sentindo a necessidades de expressão diante de situações cotidianas, demonstrando sentimentos e reflexões decorrentes de problemas socioeconômicos na busca por reconhecimento social, o que pode ser interpretado como uma arte ou mera sujeira. De acordo com o pesquisador de antropologia da Unifesp, Alexandre Pereira, antes de repreender a pichação, é preciso que as autoridades públicas analisem os motivos que levam os jovens, na maioria vindo da periferia, a esse tipo de prática. Nesse sentido, trata-se de uma manifestação mal interpretada pela sociedade, assim como o rap, porque- apesar das leis que proíbem as pichações não autorizadas- a omissão para resolver problemas socioeconômicos sofridos pelos infratores,como a miséria e falta de oportunidades, levará à continuidade e, consequentemente, aumento do sistema carcerário brasileiro. Vale lembrar ainda que manifestações artísticas levam informações e conscientização à população. Mediante a isso, trazem benefícios para a sociedade, tratando de assuntos relevantes atualmente e antigamente, a exemplo da escrita, que registrou momentos importantes da História, acumulando experiências para as próximas gerações, uma necessidade demonstrada por povos como sumérios egípcios. Fica evidente, por tanto, a necessidade de inclusão social de quem pratica a arte na ruas a partir da regulamentação efetiva. assim, faz-se necessária a implementação de projetos sociais nas cidades com intuito de desviar os jovens do crime a partir de esportes, artes, entre outras coisas. Além disso, é indispensável a colaboração do Ministério da Cultura, criando sindicatos de grafiteiros nas cidades e difundindo essa arte nas escolas e lugares públicos a fim de manter, conforme as leis, a permanência e expansão do grafite.