Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 04/03/2017

De acordo com o professor José Luiz Fiorin, a linguagem e a ideologia são fenômenos interdependentes, pois quando o homem utiliza a linguagem para se expressar, está difundindo também a sua ideologia. Nesse sentido, podemos dizer que a pichação se relaciona a essa análise pela utilização da linguagem verbal e não verbal para a denúncia social, legitimando a participação dos indivíduos dentro da construção da sociedade. Para a legislação vigente, o ato de pichar se enquadra como um delito desde que a pichação seja realizada em monumentos tombados ou em quaisquer locais, de domínio público ou privado, sem a autorização do proprietário. Entretanto, esse embasamento jurídico desconsidera que a pichação pode funcionar como um meio de atuação dos cidadãos no controle social, estabelecido pela ação da sociedade sobre o Estado. É também a partir dessa lei que o preconceito contra pichadores e grafiteiros se insere no Brasil, associando essa atividade artística à criminalidade. Apesar da constante depreciação da arte de pichar no Brasil, verifica-se que, num contexto global, existem alguns exemplos de artistas renomados que utilizam o grafite para se expressar, assim como Banksy, pseudônimo de um artista britânico que se tornou conhecido mundialmente por suas obras que retratam criticamente a sociedade contemporânea e seus valores. Banksy pode ser considerado, então, um representante de muitos indivíduos que, estando à margem da sociedade, encontram na pichação a visibilidade necessária para expôr determinadas causas ou reivindicar direitos e ações do governo. Assim, considerando a pichação como uma manifestação linguística e ideológica da sociedade, é necessário que haja uma revisão das leis atuais e dos fundamentos que as nortearam por parte do Poder Legislativo para dinamizar a comunicação entre Estado e sociedade através das pichações. Além disso, é interessante que exista uma participação midiática nesse contexto, através de campanhas e realização de debates, para minimizar o preconceito contra os pichadores, demonstrando o caráter social dessa atividade artística.