A questão da pichação não é um problema de invenção atual, no Brasil a popularização do spray aerossol durante a revolta estudantil em 1968 abriu espaço para a utilização da “tinta” como mecanismo fundamental de liberdade e expressão em todo o território brasileiro. Independente de classe social, a pichação vem aumentando significativamente em grandes cidades como São Paulo, por exemplo, que já é caracterizada a nível mundial por esta arte de rua. No entanto, por apresentar divergências em relação ao grafite, o “PIXAR” no Brasil é considerado um crime de pena que pode variar entre 3 meses a um ano de detenção, uma vez que, a prática da pichação além de ultrapassar além de ultrapassar os limites da privacidade domiciliar de algumas famílias, estabelecimentos e patrimônios públicos, contribui para a poluição visual do ambiente em que se pratica, se enquadrando perfeitamente no âmbito de crime ambiental, lei essa criada pelo governo do país desde 1988, afim de controlar este problema. Contudo, o problema da pichação no Brasil esta muito longe de ser solucionado, já que apesar de independer de classe social, está diretamente ligado a questões públicas que envolvem a periferia, ou seja, por mais que se viva numa sociedade fantasia em termos de igualdade, a população brasileira de baixa renda ainda não tem “voz”, sendo assim, utilizam do “PIXO” como porta inicial para uma “revolução” contra o sistema. Ademais, outros fatores que contribuem e distanciam a solução desse problema são as rasas leis impostas pela justiça que tornam as medidas coacertivas inúteis, dando aos praticantes do “PIXO” a incerteza da impunidade e a confiança de praticar vandalismos em patrimônios históricos como o ocorrido em Belo Horizonte á igreja de São Francisco de Assis. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse, uma vez que o “PIXO” não quer ser arte, e a arte não quer o “PIXO”. Dessa forma, é papel do governo fortalecer e revigorar as leis já existentes, para com isso proteger os patrimônios públicos, principalmente os históricos que compõem o Brasil. Ainda por parte do governo é necessário dar “voz” aos que não tem, reestabelecendo um novo padrão de democracia que dê oportunidades à aqueles que precisam expressar de maneira correta suas opiniões perante a sociedade, delimitando algumas áreas públicas para a pratica do “PIXO” que também é arte assim como o grafite. Em questão da sociedade, a mesma tem o dever de realizar denuncias quando o ato for praticado ilegalmente, como também é dever da mesma deixar o preconceito de lado e reconhecer o trabalho dos “Michelangelos das ruas”. Dessa forma, o problema do “PIXO” no Brasil será resolvido não de imediato, mas, soará melhor perante a sociedade quando o ato não for mais um crime e sim uma arte.