O homem sempre precisou evidenciar o que se passava em sua cabeça de algum jeito. No Paleolítico a pintura rupestre representava o cotidiano vivido pelas civilizações primitivas. Nos dias que correm, há um grande debate do que é arte e o que não é, principalmente sobre a questão da pichação, esta que é uma grande aliada pela luta de direitos e só é apontada como crime pelo pensamento retrógrado do povo brasileiro. Em primeiro lugar, essa arte já foi usada como protesto para o alcance de diversos objetivos. No ano de 1960, no contexto da ordem mundial bipolar, eclodiram no mundo várias manifestações, uma delas foi o Maio Francês que ocorreu em Paris, onde muitos jovens organizaram um movimento contra o fim do conservadorismo e do tradicionalismo. Nesse cenário, uma das principais armas utilizadas por eles foi a pichação nos muros, que expressavam sua insatisfação com o sistema vigente. Deste modo, até hoje essa arte de rua é capaz de promover uma crítica pacífica ao governo para a resolução de problemas sociais. Além disso, outras formas artísticas que na atualidade são mundialmente apreciadas e reconhecidas, no momento em que chegaram foram mal recebidas pelos brasileiros. A Semana de Arte de 1922 foi duramente repreendida pelos acadêmicos do Brasil, não só por eles, mas também por grande parte das pessoas que participavam das conferências e exposições. Diferente dessa época, na literatura atual, o modernismo é visto como um marco importante para a composição da nacionalidade do país. Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o ato de pichar no presente é tido como crime, no entanto, futuramente poderá ser consagrado como uma grande forma de expressão, o que já acontece em outros países. Recai sobre o ser humano, portanto, o compromisso de administrar com mais consciência o avanço artístico, uma vez que este agrega grandes benefícios, entretanto tem contado com mentalidades atrasadas. Sendo assim, a mídia deve ampliar o debate sobre a pichação a fim de mostrar que isto constitui uma maneira de se expressar. Em adição, os artistas desse tipo de arte devem gravar depoimentos e publicá-los nos meios de comunicação com o intuito de mostrar a todos a importância que este estilo de ocupação possui para eles.