Título da redação:

Painel de retrocesso

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 27/03/2017

A ação do atual prefeito da cidade de São Paulo, de cobrir grafites espalhados por toda a cidade com tinta cinza, trás o questionamento do que é a arte, e qual é, no entanto, a diferença entre grafite e picho. Pode-se afirmar que o grafite é um tipo de pichação, arte visual presente em painéis, que muitas vezes são os próprios elementos urbanos, e normalmente contém um teor crítico. A ação de Doria contradiz e retrocede a liberação e incentivo a arte de rua que o ex-prefeito Haddad realizou. A cidade de São Paulo conhecida mundialmente pelos grandes e belos murais, agora perde tal característica. O picho por muitos é considerado como uma forma de depredação do espaço público, por meio de “rabiscos” incoerentes, concomitantemente o grafite é uma arte urbana, colorida que trás uma mensagem vinculada aos desenhos. Os autores dos pichos são vistos como marginais, malfeitores, subversivos dentro da sociedade enquanto grafiteiros são artistas legítimos. Esse senso comum que valoriza só aquilo que é belo visualmente problematiza a arte de tais artistas, e retoma a definição de arte, como diz Simone de Beauvoir: “É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente.”" Previsto em lei, qualquer a pichação de propriedade privada ou pública sem o consentimento do responsável é crime, e gera consequências penais. Logo, seja o picho ou o grafite sem a autorização do proprietário é um crime e não uma arte. É necessário que os órgãos públicos, especialmente o ministério da arte e cultura, conscientize e divulgue a população quanto a arte do grafite e quais suas características e informações. Junto de conscientização de jovens, que a arte sem a autorização do proprietário é crime assim como pichar patrimônios históricos.