Título da redação:

O limite entre o crime e a arte

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 13/03/2017

Tratadas por uma grande parcela da população como um mero ato de vandalismo, a pichação e grafite são temas que causam controvérsias. A separação entre “arte” e “crime” descriminalizou a grafite em algumas condições. Porém os pichadores ainda são, em quaisquer situações, considerados criminosos. Isto porque a pichação acaba sendo vista pela sociedade como algo de caráter marginal. A estereotipagem do pichador na mente da sociedade se torna tão discriminatória quanto a lei, que os coloca como criminosos, devido sua forma de expressão ser vista como “pixos” de difícil compreensão, causando uma impressão de “sujeira na cidade” e marginalização. Porém, a pichação pode ser analisada dentro de duas perspectivas. Uma artística onde a subjetividade da comunicação e os elementos inseridos na expressão humana do registro são valorizados. Outra com caráter marginal, onde criminosos disfarçados de pichadores a utilizam para deixar sua própria marca, demarcar territórios e entre outras finalidades. O que acaba tornando uma forma de arte e expressão algo repudiado pela sociedade. A legislação visa estabelecer limitações para que não sejam extrapolados os limites aceitáveis de pichação, prejudicando bens de uso comum do povo, históricos ou até mesmo particulares. Entretanto, ainda assim, muitos não respeitam tais normas e realizam a prática em locais ou patrimônios públicos que, quase sempre, são parte da história de nosso país e é o dever de cada cidadão resguardar tais bens. Não faz sentido manifestar-se contra as injustiças realizadas pelo Poder Público causando, em contrapartida, outro mal à sociedade. Sendo assim, a pichação acaba por perder cada vez mais seu caráter artístico por ser usada de forma indevida. Evidencia-se, portanto, a necessidade de uma primorosa análise sobre a pichação dentro de duas possibilidades uma artística e outra marginal, a primeira como uma ferramenta comunicativa e a segunda como confrontação as normas vigentes, sendo essa análise feita pela sociedade, o governo e os próprios pichadores. Visando promover uma maior interação entre os verdadeiros “artistas de rua”, onde essa forma de arte possa ser apreciada e utilizada pelos artistas como forma de expressão sem que cause problemas para os demais. Com uma certa regulação do Estado a pichação pode passar a ser uma forma de arte como a grafite, pois assim como a mesma ela tem sua própria mensagem, mesmo que sem uma forma definida.