Título da redação:

O cinza da tristeza

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 23/04/2017

Desde que Jânio Quadros foi prefeito na década de oitenta, incentivos de combate ao picho são implementados e malsucedidos. Não está sendo diferente na atual capital de São Paulo, a qual vem sofrendo com as medidas do governo. Tais atitudes contra o grafite e o picho não só desconsideram o valor histórico e cultural de tal manifestação, como também emerge em um contexto em que outros problemas na cidade são prioridade. Segundo Confúcio, a cultura está acima da diferença da questão social. Contrariando esse pensamento, o gravite e o picho são considerados atos rebeldes e subalternos, sendo retaliados pelo governo. De fato, elas são manifestações culturais, carregadas de expressões e pensamentos de grupos, sendo usadas como veículo de denúncia e projeção social. Além disso, são uma manifestação histórica na medida em que marca as ideias de um povo. Logo, fica claro a importância da valorização dessas expressões. Outrossim, é inegável que há problemas urbanos e ambientais mais preocupantes e de maior relevância no país. A poluição do Rio Tietê, por exemplo, o qual faz parte da paisagem urbana de São Paulo, exemplifica bem o dilema. Além disso, fazem parte das prioridades o transporte público deficiente e o trânsito da cidade. Assim, percebe-se a necessidade de um olhar atento às reais problemáticas. Fica claro, portanto, que a pichação no Brasil, ainda não é valorizada como uma expressão histórica e cultural, sendo, assim, rechaçada, enquanto outros graves problemas persistem. Logo, como forma de combate à problemática, faz-se necessário que o Ministério da Cultura junto ao Governo, dialoguem e implementem medidas, como a reserva de espaço em muros, túneis, para a picho e o gravite, através de negociações com instituições privadas que também cedam espaços. Somente assim, a tristeza do cinza das cidades será preenchido com o colorido das expressões artísticas.