Espalhada por entre muros, a pichação se perde em meio a tantos atos de vandalismo e, por esse motivo, ganha inúmeras críticas negativas. No entanto, esses desenhos, muitas vezes de caráter profissional, podem ser considerados uma forma de arte, pois expressam sentimentos e adversidades em relação ao mundo. Por esse ângulo, a pichação vai muito além do que desenhos, carregando consigo uma carga de sentimentos e conteúdo que são perdidos pela sociedade pelo fato de não estarem expostos em museus sofisticados, e sim dispersos nas ruas cobrindo o cinza de nossas cidades. Nesse sentido, percebe-se a maior característica da pichação - o fato de ser uma arte voltada para a baixa sociedade, como um meio de expressar a insatisfação da parte desfavorecida. Em contrapartida, a pichação ainda é marginalizada em nossa sociedade. Isso acontece, principalmente, porque muitas das obras são feitas em locais públicos e privados sem a devida autorização e que, por consequência, leva a pichação a ser apontada como ato de vandalismo. Ainda assim, é de extrema importância o rompimento desta visão preconceituosa, visto que a pichação pode ser transformada em meio de trabalho. Constata-se, portanto, que a pichação vai além de desenhos, podendo ser considerada uma forma de arte usada para expressão sociocultural. Deste modo, é importante romper a visão discriminatória, visto que a pichação sempre se fez presente em nossa sociedade. Logo, é de extrema importância que o governo juntamente com órgãos responsáveis, elabore programas artísticos com o intuito de incentivar a arte na nossa sociedade e também como uma forma de acolher as pessoas que optam pelo mundo da pichação.