Sem oportunidade de interferir politicamente e participar no processo construtivo da democracia em seu país, a arte é usada como forma de denunciar a realidade. Assim, a pichação é uma resposta sociedade, fazendo uso do valor das palavras, estampando muros e outras construções públicas como forma de protesto às ações politicas, econômicas e sociais. Na ditadura militar, em 1960, a pichação possibilitou jovens e estudantes registrarem suas ideias anonimamente, refletindo em muros e variados monumentos a insatisfação brasileira com o período presenciado. Essa prática ainda é usada como forma de chamar atenção para problemas sociais, como por exemplo, na exclusão de minorias, na divulgação de fatos encobertos pela mídia, entre outros. Por não se preocupar com formas, mas com o conteúdo a ser informado, a pichação pode ser considerada como crime por danificar áreas privadas. São Paulo é um exemplo contra esse exercício, dando início ao projeto governamental “cidade limpa” com o objetivo de limpar pichações da cidade. ´ É possível mudar a forma de enxergar a pichação por meio do incentivo artístico, como feito na arte do grafite, inserindo-a como uma disciplina optativa em currículos e projetos escolares. Enquanto houver o preconceito, a pichação será apenas um rabisco que torna repulsivo o ambiente. Logo, é preciso de incentivos tanto por parte governamental quanto dos próprios artistas para que as pessoas possam ver essa prática além de simples palavras, mas ver o verdadeiro significado por trás destas.