Título da redação:

Arte: ontem por Monteiro, hoje por Tarsila

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 10/03/2017

Toda expressão artística é criticada. Monteiro Lobado, ao ter contato com o Movimento Modernista, prontamente o repreendeu, não o considerando “arte”. Entretanto, as produções foram perpetuadas, se tornando importantes representantes da cultura nacional, como no quadro “Abaporu” de Tarsila do Amaral. Com a pichação, a situação não é diferente. Há um lado da sociedade que condena massivamente tais práticas, enquanto que, por outro lado, há quem defenda os pichos baseados na liberdade de expressão, revelando a dicotomia do assunto. Em se tratando de pichação, é válido lembrar que tal prática pode depredar o patrimônio público. Existem casos nos quais o picho é feito sobre esculturas importantes, comumente carregando mensagens depreciativas como xingamentos a pessoas, times de futebol, religiões ou ideologias, perpassando a zona respeitável e tomando caráter ofensivo. Além disso, ainda é ilustrável casos em que, mesmo quando não carregam mensagens pesadas, os pichos são feitos em locais particulares, a exemplo de fachada de lojas e estabelecimentos comerciais, sem a autorização prévia dos proprietários. Dessa forma, o comerciante é obrigado a repintar a fachada diversas vezes, não só trazendo prejuízos financeiros a partir do custo de novas tintas e perda de clientes (que evitam as fachadas vandalizadas), como o próprio prejuízo psicológico causado pelo problema recorrente. A expressão artística é, por outro lado, algo que deve ser livre. Não são todos os pichos que destroem os muros e causam poluição visual, já que muitos deles tendem a valorizar o patrimônio e transmitir ideologias humanitárias ou críticas sociais importantes. São Paulo era, dentro disso, considerada a cidade do grafite, possuindo diversos muros com desenhos coloridos que embelezavam o município, contudo, o atual prefeito João Doria fez a retirada dos desenhos e se posicionou radicalmente contra tais pinturas, até mesmo as previamente autorizadas. Isto é, ele feriu a liberdade artística, punindo igualmente as obras ilegais e legais e não pensando em uma alternativa mais democrática para questão. O grafite e a pichação costumam ser divididos em conceituação, assim como dividem opiniões. Apesar disso, ambas são expressões artísticas e não devem ser reprimidas, necessitando apenas de um controle, por parte do Estado, dos locais onde tais pinturas possam ocorrer. É preciso que o Governo Federal crie um aplicativo no qual o cidadão possa cadastrar seu endereço ou seu estabelecimento comercial, indicando se autoriza ou não obras artísticas nos muros e fachadas, repassando essa informação para os artistas a partir de adesivos nos locais, que possam ser impressos pelo site do Governo. Para completar, os municípios devem promover autorizações mensais para a pintura de locais públicos apropriados a elas, o que trará renovação para a estética da cidade e opções para os pichadores e grafiteiros, evitando a busca por fachadas indevidas.