Título da redação:

Arte na luz, crime nas trevas

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 10/03/2017

A definição de arte é algo complexo e, por isso, a classificação de determinada expressão como artística é feita pela intuição. O fato é que toda expressão cultural de um grupo é arte. A pichação, característica marcante dos núcleos urbanos, tem grande valor artístico, mas o preconceito do qual é vítima é um entrave que prejudica tanto artistas quanto a sociedade como um todo. A pichação, surgida inicialmente na periferia, é comumente vista pelos conservadores como prática de bandidos e por isso enfrenta grande oposição. Hoje, a expressão artística se popularizou e é exercida tanto por pobres quanto por ricos. Ainda assim, o preconceito permanece e não há valorização desse tipo de arte. A consequência é a falta de espaço para a prática, que leva à pichação de locais sem autorização, o que constitui crime. A propriedade privada é o pilar central do capitalismo e sua violação, tendo fins artísticos ou não, é um crime. Essa violação fomenta o ódio e preconceito contra os pichadores, o que favorece a manutenção do ciclo de marginalização da prática. Além disso, pichadores podem se relacionar com o crime de outra forma: envolvimento com roubo e tráfico para custear o trabalho. A falta de reconhecimento e apoio da sociedade e também as dificuldades financeiras levam à busca de fontes alternativas de renda, frequentemente próximas do tráfico, roubos e assaltos. Desse jeito, podemos concluir que a pichação, forma de expressão cultural pouco reconhecida por grande parte da sociedade e emissão de comunicação, se mistura com o crime devido à falta de respeito e apreciação, que retiram seu espaço. A reserva de áreas públicas para a atividade, em conjunto com a promoção dos espaços para visitação do público geral, organizadas pelas prefeituras municipais são o caminho para o enriquecimento da arte e valorização dos artistas.