Relativo a pichação, pode-se inferir que trata-se de uma prática que, se bem analisada, apresenta tanto pontos positivos, quanto negativos. Se por um lado favorece àqueles que a praticam, por outro pode ser de completo desagrado àqueles que zelam pela ambientação urbana originalmente como ela é, o que acaba por envolver, inclusive, questões democráticas. No que se refere ao favorecimento dos pichadores através de sua arte, nota-se a importância que tem o picho enquanto viés de inclusão de seus praticantes no meio social: a maioria entre eles é oriunda da periferia, jovens geralmente esquecidos pelo estado, que encontram nos sprays e muros da cidade uma forma de se expressar, levando à população - ao menos em tese - mensagens de reflexão sobre a própria realidade ou críticas sociais do tempo em questão. Desse modo, a pichação serve, para os seus feitores, como uma forma marcante de transgredir ideias e mostrar variadas formas de ver o mundo, inseridas em suas palavras e frases com diferentes formas e tamanhos, o que para Alex Hornet - pichador reconhecido mundialmente - é algo que agrega significado à quem pratica. No entanto, é importante salientar que o uso de locais públicos para pichos é uma questão que envolve, antes dos pichadores, as demais pessoas que transitam pelo meio urbano: em alguns casos, o entendimento das ideias transpostas nas paredes das ruas se restringe aos seus autores, o que leva a população a desmerecer essa prática por não ser de amplo entendimento, assimilando-a a rabiscos ou sujeira. Send assim,, tendo em mente que em uma sociedade democrática deve-se respeitar a preferência da maioria, se as pichações desagradam a massa, já que esta não consegue compreende-las, a prática deve ser evitada ao menos em locais públicos. uma vez que o patrimônio público não é de qualquer um que decida se emponderar dele, mas sim, de todos os cidadãos e o desejo da maioria deve fazer morada ali. Segundo Mandela, a educação é a maior arma para mudar o mundo. Nesse sentindo, entende-se que os pichadores devem ser instruídos, por meio de programas culturais bancados pelo governo, a se expressarem de modo a valorizar também a compreensão populista a respeito de suas ideias, para que a massa venha melhor compreender, aceitar e valorizar, em sua maioria, a transposição das mensagens como uma forma de arte, mantendo o picho como forma alternativa de expressão periférica nas ruas.