A pichação e a polêmica na cidade de São Paulo Recentemente o tema pichação voltou a ganhar destaque na imprensa após as repercussões das medidas tomadas pelo Prefeito da maior cidade do país. Através da aplicação de um texto legal foi iniciada a pintura de vários imóveis que se encontravam pichados. O critério usado para apagar as imagens era a classificação das mesmas em grafite, e então manifestação artística a ser mantida e pichação, nesta hipótese conspurcação das edificações da cidade que foram apagadas pelo trabalho de pintura dos agentes municipais. Vozes contrárias a esta medida alegam que o Município, usando uma lei de critérios de aplicabilidade subjetivos, restringe a liberdade do pensamento já que o grafite e a pichação é uma forma de falar com a sociedade. A distinção entre grafite e pichação posta pela lei destoa do entendimento de estudiosos do assunto que entendem a pichação como uma forma de grafite. Segundo eles e é preciso, antes de retirar as imagens das ruas, entender o porquê que uma pessoa se arisca, dependurando-se a grandes alturas, para pichar um imóvel. Qual o significado dessas imagens? Os que apoiam a decisão municipal entendem que a medida tomada é necessária para deixar a cidade limpa e visualmente menos poluída. Afirmam ainda, que a pichação pode ser porta de entrada para o uso de drogas e a criminalidade. Parece que a discussão está longe de atingir um desfecho. O que se mostra claro e a falta de diálogo com os personagens envolvidos: pichadores, demais representantes da sociedade e o Poder Público. Importante não esquecer que qualquer medida, emanada do governante, escolhido pelo povo, deve buscar satisfazer os anseios do cidadão, tentando encontrar um ponto de equilíbrio entre as diferenças, característica de toda sociedade plural e democrática.