Título da redação:

A mecanização da arte

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 17/07/2017

O projeto Cidade Linda da atual Prefeitura de São Paulo, criado com o objetivo de “despoluir” o espaço urbano, pôs em debate o que seria arte e qual o seu objetivo. Utilizando-se de regulamentações para diferenciar pichação de grafite, tal órgão público cria uma linha tênue entre arte, crime de pichação e grafitagem. A distinção que existe no Brasil entre grafite e pichação não condiz com a liberdade de expressão e diversidade garantidos pela expressão artística. Enquanto a primeira é considerada em nosso país uma “arte legalizada”, geralmente expressa por imagens e autorizadas por uma entidade pública ou privada; a segunda, usualmente de forma escrita, é marginalizada. Essa discriminação sem fundamento, entretanto, desconsidera que pichar pode exteriorizar posicionamento político, reivindicação social ou denúncias de cunho ambiental ou social como a imagem “crimes ambientais” do blog desdiscursos. A ideai de que a pichação polui o ambiente e deve ser punida contraria dois princípios da arte: liberdade e pluralidade. O artista que pinta um muro inutilizado para se expressar embeleza a cidade com seus sentimentos e sua marca, independentemente de valores estéticos. Estes, dentro da arte, estão em constante transformação. Isso fica evidente, por exemplo, com os movimentos vanguardistas como o Cubismo e o Futurismo, marcados por seus padrões de beleza definidos por contextos social, histórico e espacial. Fica evidente, portanto, que qualquer manifestação do “eu” deve ser considerada como manifestação artística e não como um crime. Desse modo, a fim de sepultar ações e mentalidades semelhantes aos da Prefeitura de São Paulo, o Ministério da Cultura pode agir financiando artistas e feiras culturais acessíveis. Além disso, a mídia e a escola podem desenvolver programas de entretenimento que esclareçam o real papel da arte. Obs.: não consigo alinhar as margens.