A Europa nos séculos XVIII e XIX foi palco de grandes acontecimentos, como as Revoluções Industriais e o surgimento de ideais como o Socialismo, diretamente ligado a questões trabalhistas. Com o ciclo cafeeiro no Brasil e o fim da escravidão, tornou-se necessária uma nova fonte de trabalhadores, e, em 1880, chegam os primeiros navios com imigrantes italianos. Chegam, também, ideais como o socialismo, anarquismo e sindicalismo. Essas ideologias fermentaram na cabeça de todos os trabalhadores, e, com Getúlio Vargas, presidente populista e influenciado por Mussolini e a Carta del Lavoro, surge a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Embora tenha sido um grande passo, ainda existem questões a serem questionadas. Isso pode ser visto pela quantidade de horas que os brasileiros são submetidos. Ainda que não esteja entre as 10 maiores cargas horárias do mundo, a relação entre o salário e jornada de trabalho não é justa. Para grande parte da população, a renda mensal apenas custeia o básico - alimentação, transporte, luz, água e outras necessidades, porém, sem extravagâncias. Nesse caso, extravagâncias seriam saúde e lazer. Poucas pessoas têm acesso a planos de saúde, exames e remédios, recorrendo ao sistema público de saúde. Já o lazer, considerado luxo, parece ser apenas um esbanjamento. Entretanto, essa condição causa um enorme impacto na saúde mental e física do indivíduo, acarretando esgotamento, queda de produtividade, falta de motivação, sintomas de somatização, entre outras consequências. Ademais, a longo prazo, o estresse causa doenças cardiovasculares, mudança da estrutura cerebral, tendência a úlceras, problemas de digestão, dificuldade para dormir e sistema imunológico enfraquecido, tornando o corpo mais suscetível a novas doenças. Portanto, a carga exacerbada de trabalho resulta em um pobre bem estar futuro. Embora pareça algo extremamente pessoal e individual, acaba afetando o trabalho, empresas, e, consequentemente a economia e o sistema de saúde futuramente, inchado por doenças que poderiam ser evitadas. Dessa maneira, a questão da jornada de trabalho no Brasil deveria ser discutida. O Poder Legislativo deveria propor projetos de lei para a redução de horas trabalhadas, além de maiores direitos trabalhistas, que garantam o lazer e uma vida digna. Criar, também, um órgão regulamentador que fiscalize empresas para a verificação do cumprimento da legislação.