A primeira Revolução Industrial, datada de meados do século XVIII, tinha como um de seus marcos o alto período de trabalho diário dos operários. Além do trabalho infantil e de mulheres em áreas perigosas e pesadas, os trabalhadores eram submetidos a até 16 horas diárias de serviço, em paralelo aos salários extremamente baixos. Em contraste, o mercado de trabalho atual, apesar de oferecer condições extremamente superiores, é fator de frequentes discussões sobre como este deve ser organizado de forma a beneficiar tanto aos trabalhadores, quanto à economia, sendo necessária a busca por um equilíbrio. A produção econômica brasileira, ainda que em desenvolvimento exponencial, apresenta diversas dificuldades para o crescimento, como a baixa produtividade da maioria dos setores produtivos. A baixa produtividade é causada, em grande parte, pela grande burocracia estatal, que gera diversos entraves, e pelo alto custo de importação de tecnologias, associado ao baixo nível tecnológico nacional. O resultado dos diversos redutores de produtividade é, logicamente, a utilização de uma maior jornada de trabalho no Brasil, que se encontra no valor de 44 horas/semana, para que o país possa competir internacionalmente. Os países que apresentam as menores cargas de trabalho diário são, invariavelmente, nações com alto nível tecnológico, baixa burocracia, mercado livre e competitivo e alto PIB per Capita, vide gratia, Suiça (35 horas semanais) e Austrália (36 horas semanais), quinto e quarto no Ranking Heritage de Liberdade Econômica. É evidente, portanto, que a redução da jornada de trabalho é possível, mas é preciso que esteja associada ao desenvolvimento econômico e, especialmente, a redução da burocracia estatal e dos custos para aumento de produtividade das empresas, que, no geral, não são grandes corporações com bilhões disponíveis para investimento. Ao analisar os fatos, torna-se evidente, portanto, a necessidade da ação do Estado e das empresas para a melhora do mercado de trabalho. É função do Ministério da Fazenda reduzir os impostos sobre a importação de tecnologia, para que as empresas possam aumentar a sua produtividade e, posteriormente, ocorrer uma redução da jornada de trabalho. É papel de toda a esfera pública reduzir a burocracia, gerando consequente aumento de produtividade. Por fim, os sindicatos devem constantemente discutir com as empresas e com o Estado quais são as possibilidades de redução da carga horária, em conjunto com outras melhoras para os trabalhadores.