A despeito das propostas que visam flexibilizar a legislação, defende-se a redução da jornada de trabalho fixada na CLT, pelos seguintes motivos: diminuição do desemprego, aumento de produtividade e promoção da qualidade de vida. Sabe-se que a taxa de desocupação assola o país, ultrapassando doze por cento da população ativa. Se reduzirmos a jornada para seis horas diárias ou trinta semanais, mais pessoas poderão ser contratadas. Nesse viés, embora os salários possam sofrer uma redução, os trabalhadores dedicados e competentes poderão laborar em dois empregos diferentes, aumentando consideravelmente a sua renda. Com efeito, apesar da diminuição do período à disposição do empregador, a produtividade tende a aumentar, conforme demonstram estudos divulgados por especialistas do Instituto Mises. Isso ocorre, sobretudo, por que a concentração e a motivação crescem, o obreiro comparece mais disposto para trabalhar e, durante o restante do dia, é possível investir em cursos de qualificação profissional, visando o aprendizado de novas habilidades ou o aprimoramento das competências. Outrossim, a medida suscitada indubitavelmente fomenta o bem-estar social, porquanto as pessoas podem se dedicar mais às famílias, além de poder cuidar melhor da sua saúde física e mental. Nesse sentido, países que diminuíram a carga horária laboral constataram uma saliente redução dos acidentes e das doenças ocupacionais, consoante uma reportagem publicada na revista Veja. Evidencia-se, portanto, que a redução da jornada de trabalho é extremamente benéfica tanto para o país, quanto para trabalhadores e empregadores. Quiçá, assim, o Brasil consiga superar esta nefasta crise econômica e retomar o rumo do crescimento através da industrialização, abrindo novas oportunidades de emprego.