Título da redação:

Menos é mais

Tema de redação: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 10/09/2016

O governo de Getúlio Vargas foi responsável pela criação do Ministério do Trabalho e Comércio, ideia completada em 1943 com a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Tal legislação continua vigente com poucas alterações e percebe-se que ela foi projetada para extrair a produção máxima do cidadão de forma saudável. Desse modo, o aumento da jornada de trabalho não é uma opção viável, mas, sim, a redução dela. Em primeiro lugar, essa redução possui importância no aspecto biológico do ser humano. Em função das jornadas extensas, intensas e imprevisíveis, os trabalhadores têm adquirido, progressivamente, mais doenças, como estresse, depressão e lesão por esforços repetitivos. Isso porque, segundo a médica psico-neurologista e pesquisadora Rachel Sochaksewiski, o organismo dos cordados aguenta, de forma saudável, no máximo oito horas de exercício contínuo, seja ele físico ou mental. Concomitantemente, a diminuição da jornada laboral acarretaria em maior produtividade individual de cada trabalhador. Isso porque o funcionário aumentaria a sua concentração e empenho por saber que passaria menos tempo no posto de trabalho. Tal concepção é defendida pelo economista Jorge Calvete, que prega o aumento da produtividade e a diminuição de acidentes como decorrentes da maior concentração e atenção do trabalhador em suas primeiras horas de trabalho. Fica claro, portanto, que a manutenção das quarenta e quatro horas da jornada de trabalho ou a sua redução é o caminho mais benéfico para a população brasileira. Dessa maneira, os sindicatos trabalhistas devem pressionar, por meio de protestos e ouvidorias públicas, o Governo Federal, para que ele elabore leis, as quais estabeleçam intervalos pontuais entre as oito horas de trabalho e folgas extras mensais, visando recompor o trabalhador e, consequentemente, uma maior produção. Ademais, os vereadores devem fiscalizar o cumprimento dessas leis por parte das empresas, coibindo, pois, possíveis abusos. Então, a nova conjuntura será igualmente vantajosa para os contratados e contratantes.