Em momentos de crises e dificuldades, medidas emergenciais precisam ser tomadas, mas algumas dessas podem extrapolar o senso emergencial e se transformam em ações desesperadas que mais atrapalharão do que ajudarão, e a discussão sobre o aumento da carga horária de trabalho no Brasil se encaixa nessas ações desesperadas, e que também causam certo desespero. Sob a consolidação das leis trabalhistas os trabalhadores das mais diversas áreas puderam ter seus direitos assegurados, e assim passaram a ter uma vida trabalhista mais digna. Com o retorno de uma carga horária elevada de trabalho, os trabalhadores estarão sob alguns riscos, como: riscos de desenvolverem mais doenças por conta do menor tempo para o descanso, além de maiores chances de sofrerem acidentes de trabalho pelo desgaste físico e falta de atenção, situações que eram comuns em um passado com muito trabalho. Some-se a isto o fato que a maior carga de trabalho seria para criar mais receita nos diferentes postos de trabalho, e assim poder superar a crise econômica e até gerar mais emprego. Porém, há algo extremamente relevante em aumentar as horas de trabalho, que é o fato de que as horas de lazer e descanso serão diminuídas, e portanto, outras áreas de serviços sofrerão com a menor entrada de dinheiro, gerando prejuízos e desempregos nessas áreas e mantendo assim uma situação ainda desfavorável para a economia. Por outro lado, enquanto o aumento da carga horária de trabalho no Brasil é discutida, alguns países desenvolvidos, com uma economia firme e constante, seguem na direção oposta, ou seja, diminuem a carga horária de trabalho. Essa diminuição já tem mostrado efeitos animadores, por exemplo: as pessoas têm mais tempo para investir em saúde, melhorando os índices de saúde do país, educação, elevando os níveis de formação e conhecimento dos trabalhadores, lazer e compras, desenvolvendo mais áreas da economia, ou seja, a ação de diminuir o tempo de trabalho tem se mostrado altamente benéfica. Por fim, é facilmente perceptível que o Brasil passa por momentos difíceis, mas o aumento de trabalho não vai trazer benefícios, e que a diminuição dessa carga de trabalho carece de um melhor momento para ser experimentada aqui, com uma economia mais forte e firme. Desse modo, a solução para a situação brasileira não está nem no aumento ou diminuição da carga de trabalho, mas na manutenção dela, pois crises são inerentes ao mercado econômico, sejam elas curtas ou longas, e em algum momento elas passarão, e num momento mais calmo as ações futuras poderão ser planejadas para que o país esteja preparado para o futuro e suas crises.