Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XX ao XXI, o sistema de transição democrática consolidou-se e permaneceu forte. Com a chegada da Era Vargas, o avanço da tecnologia tinha como proposta equilibrar a jornada de trabalho para os brasileiros. Entretanto, tais medidas não foram o suficiente, seja pela insuficiência de leis, seja pela falta de estímulos empresariais. Há quem duvide que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, apesar de pequenos avanços pouca coisa mudou: a maioria dos brasileiros seguem uma rotina de oito horas ou mais trabalhos por dia, haja vista que, embora a carga de trabalho seja legalmente de 44 horas semanais, muitos empregados trabalham de 50 a 60 horas, fazendo extra para não perder o emprego ou aumentar o salário. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da regulamentação como forma de combate à problemática. Outrossim, destaca-se a falta de interesse empresarial para amparar os trabalhadores, diante da crise em que vive o país, as empresas sustentam um medo alarmante da burocracia excessiva, morosidade do poder público e atrasos nos repasses caso haja diminuição de carga horária. Tal manobra de persuasão acaba transmitindo a mensagem de que ter uma jornada menor do que concebida traria consequências indesejadas como falta de investimento e produção. Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar, como já acontece em países como França e Suécia, o bem estar da população para garantir a melhoria de maior produtividade e até mesmo melhora na saúde dos empregados. Além disso, é preciso que a sociedade lute pelos seus direitos, através da mídia e manifestações de forma compreensível e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga obter um bom rendimento na venda de produtos sem usar vantagem abusiva do trabalhador.