Título da redação:

Empregado do tempo

Tema de redação: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 27/08/2016

Desde o inicio de século XX as discussões sobre o trabalho vêm ganhando importância. Pautas como tempo de jornada, qualidade do trabalho, desperdício de tempo, ergonomia e táticas de melhora na produção são abordadas. As ideias iniciais eram de jornadas de 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso. Esta divisão do tempo favoreceria, teoricamente, a saúde do trabalhador não o expondo a uma jornada exaustiva de 12 ou até 16 horas diárias de trabalho como acontecia no auge da Revolução Industrial no século XVIII. As leis trabalhistas no Brasil só foram criadas na década de 40, pelo então presidente Getúlio Vargas. Estas normas trabalhistas foram baseadas no documento italiano "Carta del Lavoro", criado no regime fascista da Itália. Somente em 1988 com o fim da ditadura militar e a criação de uma nova constituição ficou prevista uma jornada máxima de trabalho no país sendo esta de 44 horas semanais. Atualmente vem-se discutindo possibilidades de um aumento das horas semanais de trabalho, baseado no modelo francês de flexibilização do trabalho. Os debates tentam aumentar a carga horária semanal par 80 horas, o que corresponderia a cerca de 16 horas diárias de segunda a sexta. Levando-se em consideração o tempo de transporte de um trabalhador, atualmente, em uma grande cidade brasileira como São Pulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, que fica em torno de uma hora a uma hora e meia do percurso casa-trabalho, este trabalhador ficara cerca de 18 à 19 horas fora de casa, lhe sobrarão cerca de 6 ou 5 horas de sono por dia, descontando-se tempo de alimentação e banho, tal tempo de descanso é muito inferior ao estipulado medicamente para uma vida saudável, que é de 8 horas por noite. Em oposição as centrais sindicais pretendem reduzir o tempo semanal para 40 horas de trabalho, cerca de 6 horas por dia de segunda à sexta. Tal modelo é baseado no modo sueco que apresenta esta carga horária diária, não teve reduções salariais e houve um aumento da frequência dos trabalhadores, produtividade e melhora na saúde. Para atualização da carga horária de trabalho no país é necessário não somente uma análise econômica, mas, sobretudo uma análise social do país. Questões como qualidade de vida os trabalhadores, então abrangendo saúde, educação, lazer e bem estar, tempo de deslocamento, situação socioeconômica e qualidade do local de trabalho devem ser levadas em consideração. Esta possível alteração, a nível nacional, deverá ser feita pelo Governo Federal, seja o Ministério do Trabalho ou por um decreto presidencial. As alterações da jornada de trabalho devem buscar um equilíbrio entre a qualidade de vida do trabalhador e a produção do país. Um funcionário com uma melhor qualidade de saúde, física e psicológica, e bem estar possuirá um maior rendimento no trabalho aumentando então sua produtividade.