Título da redação:

Diminuir para lucrar

Tema de redação: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 24/08/2016

Historicamente, a perspectiva econômico-sociológica de John Maynard Keynes, economista britânico, foi utilizada na conjuntura da Crise Econômica de 29 pelo então presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, em que o controle do Estado em investimentos estratégicos buscava o estado de equilíbrio social. Dessa forma, contextualizando tal referência histórica a contemporaneidade brasileira, a relação entre bem-estar social, produtividade e ascensão econômica são aspectos relevantes acerca do esforço pela diminuição da jornada de trabalho no Brasil. Diante de um cenário de modelo produtivo capitalista no Brasil, a preocupação social, indubitavelmente, influencia na lucratividade de um determinado investimento. No que tange a estruturação argumentativa, o economista Cássio Calvete relaciona a interferência positiva do governo mediante a legislação trabalhista, uma vez que, no período dos anos 80 a redução de jornada para as 40 horas semanais obteve resultados benéficos no âmbito financeiro e de saúde, ambos resultados do maior descanso dos trabalhadores. Sob essa ótica, o alcance do aumento da capacidade de produção, felizmente, mediado pelas melhorias no controle social, expõe os benefícios da redução do tempo de trabalho no Brasil. Essa correlação evidencia-se na dinâmica de fatores que devem ser ressaltados no cotidiano dos empregados, visto que, não há a consideração de tempo das locomoções ao serviço e sim um estímulo, por meio de bonificações, para horas extras. Em terceiro plano, o resultado de tais prerrogativas tenderia à ascensão econômica nacional. Em que, perante as construções sociais supracitadas, a associação de causa e consequência é inquestionável, pois com estímulo de redução dos horários extenuantes e a manutenção de salário, a lucratividade gerada é evidente e compartilhada por todos. Nesse sentido, o alcance do bem-estar social mediado pelo Keynesianismo é um desafio a ser enfrentado no Brasil. Logo, como na biologia, relações harmônicas devem ser feitas para a diminuição da jornada de trabalho. A população – ao se reconhecer como protagonista político – deve, portanto, pressionar, por intermédio dos sindicatos, as instâncias legislativas para que deliberem repasses orçamentares ao Ministério do Trabalho a auxiliar na manutenção das leis, além de, por meio de fiscalizações mais rígidas, organizar as relações de trabalho no Brasil para a superação desse problema. Como Bertolt Brecht, dramaturgo alemão, já mencionara: ‘’Nada deve parecer natural, nada deve ser impossível de se transformar...’’