Título da redação:

Convocação dos desumanizados

Tema de redação: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 22/08/2016

Desde a Revolução Industrial no século XVIII, o mundo presencia greves e protestos da classe trabalhadora pelos seus direitos. Um grande exemplo na história do Brasil foi a Greve Geral de 1917. Tal movimento expôs a péssima condição do operariado brasileiro e foi o início das organizações sindicais no país. Nesse contexto, atualmente ressurge a questão da jornada de trabalho, se deve-se aumentá-la ou diminui-la. Pela Constituição de 1988, a carga de trabalho semanal é de 44 horas no máximo. Todavia, as ineficientes linhas de transporte das grandes cidades, as longas distâncias entre a residência e o local de trabalho e a exigência de algumas empresas para que o funcionário esteja disponível mesmo fora de seu expediente regular expandem a jornada de trabalho para números desumanos. Além disso, muitos são os casos de trabalhadores mal e injustamente remunerados, que por conta disso procuram um segundo emprego e acabam por abdicar completamente de seu tempo livre. Desse modo, sindicatos reivindicam a redução da jornada semanal para 40 horas. Contudo, essa proposta é rejeitada, pois diverge dos interesses de grandes empresários e do governo. Estes alegam que haveria baixa no dinamismo da economia nacional. Eles não percebem, entretanto, que a redução da jornada resultará em trabalhadores menos exaustos e mais saudáveis, aumentando, assim, a produtividade. Haja vista os resultados da redução da carga horária na Suécia. Diante disso, para a resolução desse impasse, os trabalhadores brasileiros devem tomar consciência de seu passado histórico, relembrando o poder de mobilização que tiveram em 1917 e, desse modo, convocarem os sindicatos para que lutem por maior participação política e por seus direitos. Ademais, essa questão da jornada de trabalho abrange uma escala mundial, já que na Nova Ordem Mundial as economias das nações dependem umas das outras. Sendo assim, órgãos internacionais como ONU podem incentivar a redução da jornada nos países, pressionando os governos, inclusive o brasileiro. Com tais ações, gradativamente poderão ser conciliados o bem-estar econômico com o bem-estar social.