“O trabalho dignifica o homem”, desde que lhe dê tempo para aproveitar seu descanso necessário. Parafraseando Benjamin Franklin é possível deixar claro a importância do trabalho, mas principalmente, o lazer, que é preciso existir para o trabalhador. Há uma grande discussão sobre o aumento das horas trabalhadas, mas neste debate está sendo esquecido um fator preponderante e que deve ser incluso: a satisfação do trabalhador, que mais precisa de tempo para descansar o cansaço do que aumenta-lo; mas isso parece não ter entrado na pauta da discussão até então, mercantilista. Em dados recentes da OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostram que o Brasil está entre os países que mais exploram o trabalhador no mundo. Enquanto o brasileiro trabalha 44 horas semanais, países como Chile e Canadá têm respectivamente 33 e 31 horas semanais. Isso sem falar, que muitas vezes são obrigados a fazer horas extras e trabalharem finais de semana e feriados, ultrapassando as horas determinadas pela constituição. Além disso, convém falar, que os brasileiros recebem os menores salários quando comparado a países como Argentina, Alemanha e Reino Unido. E como não bastassem muitos ainda não tem direitos reconhecidos e são sujeitos a situações degradantes e trabalho escravo, ou seja, a melhoria começa na revisão das leis e empregadores. Outro fator existente é que jornada no Brasil é tão intensa quanto extensa, e o aumento de horas a serem trabalhadas não significa melhor produtividade, mas sim, maior cansaço e satisfação para os empregadores. Segundo Karl Max “O trabalho é apenas um meio para satisfazer outras necessidades”, deixando evidente o quanto a realização do trabalho é contribuinte na condição de vivência humana e não uma obrigação que lhe tira o prazer em realizar. Inclusive, em recentes dados DIEESE , reduzir a jornada de trabalho ao invés de aumenta-la é gerar mais empregos, além de contribuir para satisfação do empregado, pois o mesmo, assim, teria mais tempo para o lazer e simultaneamente, poderia aumentar o seu rendimento nas atividades lhe direcionadas. Dessa forma, é imprescindível uma maior sensatez no debate de todos os envolvidos. A começar pelo governo, que pode ouvir a própria OIT e o empregado, e não somente o empregador; modernizar a CLT: de inicio, ao invés aumentar as horas, diminui-las. Ademais, a mídia como veiculo formador de opinião, informar melhor e abrir debates sociais para ouvir a população sobre melhorias. Talvez assim, se inicie uma visão contemporânea para o trabalho e o trabalhador tenha seus direitos mais reconhecidos e melhorados, e não somente, proposta no papel.