Ainda hoje é comum ouvir comentários depreciativos sobre deficientes,os colocando como um peso social e questionando suas habilidades. Tal visão,explícita inclusive em obras literárias,tal qual a personagem Eugenia de "Memórias Póstumas de Brás Cubas",propaga-se na sociedade,e aliada a uma estrutura precária dificulta ainda mais a inclusão social destes indivíduos e consequentemente os marginaliza ainda mais. Calçadas esburacadas,transporte público despreparado,acessos especiais ineficientes. A estrutura física precária coloca portadores de necessidades especiais à margem da sociedade,limitando seu acesso desde programas de lazer até na busca de emprego. Tirando-os de circulação,reforça o estereótipo de que são pessoas geradoras de gastos para o Estado,dando margem ao preconceito. As dificuldades que instituições escolares impõem para o ingresso de deficientes nelas,como cobrança de taxas extras em instituições privadas,é um agravante: mais uma vez deixam de poder ter contato com a sociedade,e no caso de crianças,estas desde pequenas construirão a imagem que um deficiente não é algo normal,pertencente ao seu cotidiano. Além disso,a cobrança de taxas extras vai mais uma vez na ideia de que são um peso social,que geram mais gastos,que geram dificuldades ao meio em que vivem. A exclusão de um grupo social se baseia principalmente em ideias construídas em cima de estereótipos e do senso comum,que se desconstrói a partir da educação e da discussão em sociedade. A inclusão de deficientes na sociedade vai além de melhorar a estrutura física presente no dia-a-dia destes. A convivência desde a infância e a discussão em sociedade a respeito dessas pessoas são formas de se formar um país igualitário de fato.