O curta-metragem Cordas, cujo contexto é pautado nas dificuldades encontradas por um garotinho com deficiência física e mental, mostra as tentativas da personagem Maria de integrar seu novo amigo às brincadeiras comuns da infância usando uma corda. Com efeito, é consenso que as pessoas com deficiência sofrem com a falta de acessibilidade em diversos estabelecimentos. No entanto, a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), vem para modificar esse cenário. Em primeiro plano, é fundamental pontuar que de acordo com o Censo de 2010, o Brasil possui cerca de 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência. Nesse panorama, o Estatuto da Pessoa com Deficiência foi aprovado em janeiro de 2016, visando preparar a sociedade para receber o deficiente físico e assegurar seus direitos, garantindo-lhes acessibilidade e autonomia. Então, é fundamental que a Lei seja colocada em prática corroborando as oportunidades e respeitando as conquistas daqueles que possuem impedimento a longo prazo. Vale destacar também que, medidas de caráter social já se encontram em vigor e estabelecimentos e serviços não podem realizar a cobrança de taxas extras por atenderem uma pessoa com algum tipo de deficiência. O filósofo Espinoza, em seus escritos defendia que: “Não há deficiência, não há falta, há excesso. Porque essa pessoa possui algo que nos falta, que é uma acessibilidade específica. ” Dessa forma, é necessário que seja assegurado a todos a dignidade da pessoa humana. Em suma, torna-se relevante que o Governo Federal invista na infraestrutura dos passeios públicos e na fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas na Lei. Às escolas cabe a contratação de profissionais qualificados, construção de rampas e inserção de aulas de Libras. Dessa forma, ocorrerão mudanças significativas que servirão para desamarrar as cordas que impedem a liberdade plena do deficiente físico.