No século passado, um remédio oferecido às grávidas causou um surto de pessoas nascidas com talidomida, pois não se sabia que um dos isômeros ópticos do composto era maléfico. Ainda no contexto do século XX, a mistura da facilidade de acesso a bebidas alcoólicas e a chegada dos automóveis gerou inúmeros acidentes de trânsito, deixando muitos com sequelas. Também, a mudança na dieta ocidental nas últimas décadas teve como consequência o aumento de doenças crônicas que impossibilitam muitas pessoas de se locomoverem. Sendo assim, são várias as causas do grande contingente de deficientes físicos na atualidade. Essa minoria social tem ganhado espaço nos debates acadêmicos devido à necessidade de todo um suporte indispensável ao bem-estar social desse grupo. É evidente que os deficientes físicos sofrem com problemas decorrentes tanto da má infraestrutura dos espaços urbanos quanto dos preconceitos. A maioria dos ambientes públicos e privados não foram projetados para a inclusão dessas pessoas, o que os deixam dependentes de outros para ajuda-los na locomoção diária. Por outro lado, atitudes discriminatórias se revelam, principalmente, no âmbito do mercado de trabalho. É comum que essa parcela da população tenha o direito ao trabalho negado, mesmo que seja capaz de exercer as funções requeridas. Nesse sentido, a problemática em questão tornou necessária a criação de leis para amenizá-la, muito embora o debate ainda esteja em destaque, evidenciando barreiras que impedem grandes progressos. Assim, a lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência representa um avanço na garantia de punição para ações preconceituosas contra pessoas especiais, além de condenar os que negarem empregos de maneira preconceituosa. Em contrapartida, as pessoas que necessitam de cadeiras de rodas continuam a enfrentar dificuldades de locomoção, mesmo no meio público. Logo, é notória a falta de compromisso das prefeituras brasileiras em dar o suporte adequado a esse público. Fica claro, dessa maneira, que os deficientes brasileiros não estão satisfeitos com o tratamento que vem recebendo, tanto do setor público quanto privado. Cabe ao Estado, portanto, através do poder legislativo, tornar obrigatória a construção, nas principais cidades, de vias acessíveis aos deficientes físicos, bem como áreas de lazer adequadas para os jovens. A garantia de pelo menos um décimo dos cargos públicos a esse grupo também se faz necessária. A mídia, por meio de telenovelas, pode retratar os conflitos diários de deficientes, problematizando a questão do preconceito, com o objetivo de sensibilizar a opinião pública a respeito dos impasses vividos por essa minoria. Dessa forma, direitos básicos como a mobilidade, o trabalho e o respeito serão garantidos a todos.