A inclusão do indivíduo deficiente no país associa-se fundamentalmente a uma formação discursiva de cunho pragmático que concebe a pessoa com deficiência como um obstáculo para o equilíbrio das receitas. Esse ideário compromete a consecução de políticas públicas para esse segmento populacional e, consequentemente, cerceia o desenvolvimento de suas competências e habilidades. Em princípio, há uma mentalidade habitual que associa a pessoa deficiente como improdutiva. Desse modo, é comum deparar-se com situações em que esses indivíduos são desrespeitados na hodiernidade brasileira, como a ausência de acessibilidade em infraestruturas. Tal fato é demonstrado pelo autor Machado de Assis em sua obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, em que a personagem Eugênia, uma jovem manca, expõe os reflexos e obstáculos de uma sociedade na qual persiste uma formação preconceituosa. Além disso, as políticas de cunho assistencialista não exercem o seu devido papel, pois, ao invés de conferir autonomia acabam por tolher o progresso das potencialidades pessoais. Assim, surge a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência que, juntamente com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, busca garantir a igualdade de acesso em diferentes serviços, como escolar e saúde. Dessarte, vale ressaltar a importância de ampliação de horizontes para essa parcela da população, a fim de efetuar uma igualdade prevista na Constituição Federal. É necessário, portanto, a realização de políticas inclusivas que visem a inserção da pessoa deficiente nos âmbitos da sociedade, isso passa, sobretudo, pela parceria do Governo com Estados e municípios. Ademais, torna-se imprescindível garantir acessibilidade ao deficiente para que esse tenha acesso aos bens culturais e ao universo do trabalho. Por fim, configura-se como de suma importância a existência de uma educação inclusiva, marcada, principalmente, pela formação intelectual dos docentes, a fim de que possa contribuir para o desenvolvimento das suas habilidades e promover, juntamente com o poder da mídia, a desconstrução da visão preconceituosa acerca do deficiente, pois, como preconizava Nelson Mandela: "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo".