Título da redação:

A deficiência inclusiva

Tema de redação: A questão da inclusão das pessoas com deficiência

Redação enviada em 29/10/2017

A Constituição Federal de 1988 prevê, entre outros fatores, os direitos políticos, civis e sociais de um indivíduo. No entanto, após 30 anos de vigência, ainda percebem-se falhas no que se refere à inclusão social de diversos estratos da sociedade, dentre eles persiste a questão das pessoas com deficiência. Nesse âmbito, romper barreiras como o preconceito e o descaso à acessibilidade educacional são de suma importância para se alcançar a cidadania plena. Os problemas enfrentados rotineiramente pelas pessoas com algum tipo de deficiência são, em sua maioria, de carácter preconceituoso. Nesse sentido, uma parcela da população vê o deficiente como incapaz e subjuga-o de acordo com a sua condição diferente. De tal forma, inúmeras vezes o deficiente não consegue assumir cargos elevados em empresas ou mesmo receber ofertas de trabalho, fato que interfere diretamente na relação deste com o meio social, uma vez que se torna excluído. Destarte, vale ressaltar o pensamento do filósofo francês Pierre Bourdieu, o qual afirmou que a violação dos direitos humanos está na perpetuação dos preconceitos contra a dignidade da pessoa humana, inferindo-se, portanto, a necessidade de romper com esses preceitos. Paralelo a isso, a acessibilidade a uma educação igualitária no contexto sociocultural inclusivo, precisa ser reformulada. Dessa forma, muitas escolas estão despreparadas para receber crianças portadoras de necessidades especiais, seja na infraestrutura ou na capacitação de profissionais adequados para fornecer essa educação socioeducativa. Sob esse viés, a falha na atribuição da cidadania inicia ainda na juventude de um indivíduo, quando este é impedido de exercer os mesmo direitos no recebimento de uma educação adaptada à sua realidade, ficando à margem desta. Diante disso, é necessário atuar contra o preconceito e a inacessibilidade. Nesse ínterim, o Ministério da Educação deve incentivar projetos universitários- por meio de bolsas estudantis - que favoreçam debates nas escolas de ensino médio acerca do papel social dos deficientes, a fim de fomentar nos alunos uma reflexão e, assim, quebrar paradigmas. Somado a isso, é fundamental que o Governo Federal viabilize estruturas apropriadas e profissionais capacitados ao atendimento de crianças portadoras de necessidades, como psicólogos e assistentes sociais, de modo a aplicar uma educação justa. Outrossim, o direito à cidadania, previsto pela Constituição, alcançará a todos.