O romance “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, publicado em 1938, retrata a história de uma família de retirantes que é obrigada a se deslocar quando a seca e a fome assolam a fazenda em que a família vivia. Mesmo com avanços tecnológicos, econômicos e sociais a realidade de fome retratada na obra ainda persiste no Brasil. Em primeira análise, a fome é resultante da desigualdade e má distribuição de renda. Apesar, da grande extensão territorial e um grande potencial agrário, o Brasil ainda convive com uma problemática, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), assola mais de 7 milhões de brasileiros. Na inversão do ciclo da vida, essa adversidade tem se tornado comum quando, no Brasil, a cada cinco minutos morre uma criança, a maioria de fome, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Ademais, entres os principais fatores motivadores da fome, a instabilidade política, a má administração dos recursos públicos, à concentração de renda contribuem para a perpetuação desse mal. Por, mas que, em alguns estados brasileiros essa adversidade tenha sido totalmente erradicada ainda é presente em estados como o Maranhão, Piauí, Amazonas e Pará, segundo o IBGE. Embora, existem programas sociais federais e estaduais que visem o fim desse problema, esse mal ainda é persistente e não totalmente solucionado. No entanto, medidas como o fornecimento de cestas básicas atuariam como alternativas provisórias, é necessário oferecer condições que favoreçam o sustento próprio. Tendo em vista esses aspectos, faz-se necessário o envolvimento ativo do Governo Federal aliado ao Ministério do Desenvolvimento Social na introdução de políticas públicas de combate à fome, como a criação de projetos sociais que objetivem a distribuição de alimentos a partir de ajuda voluntária juntamente à prefeitura de cada município. Ademais, também a reformulação de antigas medidas como a Fome Zero e o Bolsa Família, por parte do Governo Federal a fim de combater essa problemática no contexto brasileiro. Talvez dessa forma a realidade tratada na obra de Graciliano Ramos tornar-se-á apenas uma história.